A influência italiana nos países latino-americanos que receberam milhares e milhares de imigrantes não pode ser negada. O Brasil não é exceção. E não falamos só de gastronomia e tradições, mas também de língua. É assim que o Talian se torna um instrumento linguístico para conectar comunicacionalmente os imigrantes italianos que chegaram ao Brasil falando vários dialetos ou línguas.
Uma língua que permitiria a comunicação entre os imigrantes italianos que chegavam ao Brasil falando vários dialetos. O mais falado era o Veneto, pelo que esta nova língua lançaria as suas bases na herança veneziana. Este é um exemplo incrível de como reconstruir sobre o que já foi construído e embora o Talian obviamente não seja a mesma língua que poderia ser falada na região de Veneto, é uma língua comum que os italianos tiveram que criar quando chegaram a locais muito isolados. Portanto, é um instrumento de comunicação que não esquece as suas raízes e que procura agarrar-se ao local de origem para, ao mesmo tempo, comunicar num novo lugar que nada tem a ver com a cidade que deixaram para trás, daí o seu valor patrimonial. No entanto, Talian recebeu várias influências, incluindo os portugueses que as crianças traziam da escola.
Há muita história por trás dessa língua, como, por exemplo, a do monge Aquiles Bernardi, nascido em 1891 na região do Vêneto que chegou ao Brasil e usava o Talian para fazer seus sermões nas missas. Ele também podia ser lido na revista La Staffetta Riogranda, cujo conteúdo eram histórias muito humorísticas sobre a vida dos italianos no Brasil. Você também pode ouvir, já que existem rádios no Brasil que incluem esse idioma em sua programação.
Foi através da promulgação de um decreto que Talian obteve o reconhecimento como elemento cultural de relevância no Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sendo incluído no Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL).
Autor da imagem da capa: Facebok @Los Barcos De La Emigración Y Sus Protagonistas
