Entre as paisagens ensolaradas da Itália, destacam-se oliveiras majestosas, com raízes impregnadas de uma história que abrange de 3.000 a 4.000 anos. No entanto, a história do azeite vai além da antiguidade destas veneráveis árvores e remonta a 4000 AC. Foram os antigos gregos que, por volta de 800 a.C. Durante as suas expansões mediterrânicas, introduziram oliveiras no sul de Itália, consolidando assim as bases da sua produção de azeite.
Um pouco de história
Resistindo ao teste do tempo, estas árvores sobreviveram além do domínio grego. Durante o auge do Império Romano, a produção de azeite consolidou-se, espalhando-se os olivais pelas paisagens italianas. Os romanos veneravam o azeite, incorporando-o na sua cozinha, utilizando-o como remédio terapêutico e emoliente para a pele. Seu simbolismo transcendeu a Igreja Católica Romana, persistindo até hoje na unção dos batizados. Desde então, o azeite tornou-se profundamente interligado na cultura, na gastronomia e na vida quotidiana italiana.
A meticulosa colheita das azeitonas, pela sua delicadeza, continua a ser um trabalho árduo, muitas vezes feito manualmente: os ramos são sacudidos vigorosamente até que as azeitonas caiam suavemente nas redes de espera. Posteriormente, estas azeitonas embarcam numa viagem até aos lagares, conhecidos como “frantoi” em Itália. Lá, são submetidos a meticulosa lavagem e prensagem, seja entre gigantescas pedras de granito ou em máquinas de aço especializadas, produzindo um valioso amálgama de óleo e caldo, meticulosamente extraído até formar um óleo puro.
Azeite na Itália
Esta primeira prensagem dá origem ao azeite virgem extra, que constitui mais de dois terços da produção de azeite em Itália. O país tem milhões de hectares dedicados a este artesanato e 18 das suas 20 regiões cultivam as suas próprias variedades únicas de oliveiras. A diversidade dos azeites italianos é profunda: cada região cultiva e extrai azeites indígenas, criando uma ampla gama de sabores: azeites delicados e suaves no norte, nuances robustas e verdes no centro, e a essência picante que prevalece no sul. variedades, o epicentro da produção.
Hoje, as características distintivas de mais de 30 azeites italianos são protegidas por lei, reconhecidas na Itália como DOP. Embora a manteiga adorne as mesas, especialmente no norte, o azeite continua a ser o pilar inquebrável da gastronomia italiana. Seja para fritar, refogar ou preparar molhos, é um ingrediente essencial. Muitos italianos o consideram não apenas um ingrediente básico, mas um protagonista por si só na cozinha. Este profundo respeito leva-os a investir em azeites virgens extra de alta qualidade, provenientes de abundantes plantações italianas, reconhecendo que o excelente azeite não é apenas um condimento ou gordura, mas um ingrediente valioso em si mesmo.
O legado do azeite na Itália vai além de uma simples tradição culinária; Incorpora o artesanato, a herança e a essência fundamental do estilo de vida italiano.