Fundado em 1924 o Juventus começou sua história como “Cotonifício Rodolfo Crespi F.C.”, fruto da fusão do Extra São Paulo F.C. e do Cavalheiro Crespi F.C. tradicionais clubes da várzea do bairro da Mooca formado por empregados italianos da fábrica de tecidos da família Crespi. Em 1925, Rodolfo Crespi ofertou a esta nova agremiação o terreno situado na Alameda Javry, nº 117 – atual Rua Javari – a fim de que naquele espaço, até então utilizado como cocheira de cavalos, fosse desenvolvida a prática do futebol, esporte em franca popularização na cidade, em condições melhores e mais dignas. A diretoria do clube da Mooca resolveu mudar o nome da agremiação em 1930.
Saía de cena o Cotoníficio Rodolfo Crespi F.C. e surgia o romântico Clube Atlético Juventus. A sugestão do novo nome partiu do Conde Rodolfo Crespi inspirado no clube de sua preferência na Itália – a Juventus de Turim – e curiosamente acabou-se optando pelas cores branco e preto, cuja semelhança tratava-se justamente da outra equipe da mesma cidade de Turim, o Torino. O clube social chegou a ser o maior da América Latina.
O Estádio mais charmoso de SÃO PAULO
O Clube Atlético Juventus, time tradicional de São Paulo resiste bravamente à especulação imobiliária e tem projetos para ampliar o seu estádio. Temos aí um outro problema: Os torcedores mais fanáticos não suportam a idéia que é o templo onde Pelé marcou seu gol mais bonito em toda carreira. Para muitos o charmoso estádio da Rua Javari representa a resistência ao futebol moderno.
O melhor cannoli do mundo
Cachorro-quente, pipoca, sorvete… normalmente é isso que se come em estádios de futebol. Mas, na Mooca, é diferente. No Juventus, um doce típico italiano é a estrela das partidas. Os cannoli do Juventus são uma tradição que é a “Cara de São Paulo”. Já no primeiro tempo dos jogos com a bola ainda rolando em campo já tem torcedor na fila do doce. Muita gente acha que realmente vale a pena perder 10 minutos da partida para comer cannoli. Para eles o ponto alto da ida ao estádio não é o gol ou a partida em si. É o cannoli. E foi lá na Mooca – símbolo da imigração italiana – que um vendedor especial encontrou sua clientela perfeita. Desde 1970, Seu Antônio oferece no estádio, por R$ 3,00 os cannolis que prepara em casa. Em dia de jogo chega a vender 480. A receita original da região da Sicília é de recheio de queijo mascarpone com ricota em uma massa doce e frita.
Na Itália o canudinho é bem pequeno, mas pelas mãos de Seu Antônio o doce ganhou uma versão bem mais generosa. Ele aprendeu a receita com um casal de vizinhos italianos e adaptou o recheio ao paladar brasileiro. É aí que entra o creme de baunilha e o creme de chocolate em uma massinha simples. Quando termina o jogo até os jogadores se deliciam comendo a iguaria. Não se sabe ao certo se existe futuro para um futebol que leva pouco mais de 500 pessoas ao estádio, com jogos sempre à tarde, porque o campo não tem iluminação. O que não se pode negar é que na Mooca o Cannoli tem gosto de doce, de futebol e de Juventus.
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